publicado por gondomaralegre2011 | Sábado, 22 Janeiro , 2011, 16:54

Não ficarei sentado a ver a vida

os meus cavalos correm noutros campos

travam outras batalhas noutras páginas

não se resignam à erva do sossego

os meus cavalos buscam o insondável

ei-los que vão ainda à desfilada

ao toque de clarim à carga à carga

do outro lado da noite em outra escrita

 

Manuel Alegre, 1989

 

 

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publicado por gondomaralegre2011 | Sexta-feira, 21 Janeiro , 2011, 00:23

 

 

 

 

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publicado por gondomaralegre2011 | Terça-feira, 18 Janeiro , 2011, 22:43

Quero cantar por ALEGRE;
Ser de ALEGRE é que está bem;
Que tristeza por tristeza,
Já chega a que a gente tem.

A esta campanha de ALEGRE
Não vem néscio nem pançudo…
Vem o Povo, muito Povo
Que o Povo é que pode tudo.

Com ALEGRE não teremos
Promessas de letra e treta…
Essas que o Povo votou
E ficaram na gaveta.

Luta por um Mundo melhor
Um Poeta de verdade…
ALEGRE é mais que promessa
De justiça e liberdade.

Não é Poeta quem quer…
Com nobreza, com denodo;
Quantos Poetas morreram
A lutar pelo bem do Povo!

Flor de Paz, pão da vida!
Nobre Povo, sê juiz;
Dá o teu voto ao ALEGRE,
P’ra que se cumpra um País.

Aos outros já dei meu voto
E hoje sofro a traição…
ALEGRE tem boa pinta
Não me vai enganar…Não.

Desemprego, fome, injustiça
Da Pátria ensombram o rosto.
Agora, voto em ALEGRE,
Chega de engano e desgosto.

Partidos não podem ser
Cadeias para ninguém
Livre vou votar ALEGRE
Só livre serei alguém.

Chora a Pátria magoada
A flor de Abril já perdida…
ALEGRE, na Presidência,
Dar-lhe-á a cor e a vida.


Quadras de
MARIA DA CONCEIÇÃO CAMPOS
poetisa e escritora

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publicado por gondomaralegre2011 | Segunda-feira, 17 Janeiro , 2011, 08:07

No dia em que Manuel Alegre recebeu dos pescadores na praia de Angeiras a réplica de um barco de pesca com o seu nome, deixamos aqui um dos poemas do Livro do Pescador de Manuel Alegre.



Sétimo poema do pescador


Como estrela cadente
como pedra rolando
na corrente
como lua caindo por detrás das dunas
como revérbero nas águas como reflexo
como um foco na noite
como um cigarro uma lanterna um astro
como escamas luzindo no canal
como o resto de um rasto
como um rastro
como um sinal: nada mais do que um sinal
uma luz a acender e a apagar.
Ou eu
a pescar.


De "O livro do Pescador" incluído em "A Senhora das Tempestades", 1998



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publicado por gondomaralegre2011 | Segunda-feira, 17 Janeiro , 2011, 07:24

A sessão de poesia  que decorreu na Biblioteca Municipal de Gaia, com a presença de meia centena de cidadãos, teve a participação da nossa querida Fina d’Armada, que não esteve presente por motivo de saúde, mas enviou mensagem e poema que transcrevemos abaixo.

Aristides Silva, um dos organizadores desta acção de cultura integrada na campanha de Manuel Alegre a Presidente, fez uma intervenção inicial, de que referimos os tópicos:

 

Manuel Alegre a Presidente!

 

- Esta Sessão de Poesia é uma actividade cultural porque MA é homem de cultura

- MA não é o candidato do PS e do BE: é apoiado por eles!

- MA é a mesma pessoa, independente, que era há 5 anos

- O ter votado algumas vezes contra o seu próprio partido é prova de independência

- Dizer que MA é o candidato do PS e do BE é falso e redutor

- MA também tem o apoio de outras organizações, mais pequenas: MIC, RC, PDA

- MA tem o apoio, como há 5 anos, de muitos independentes como nós

- Só MA seria capaz de juntar PS e BE, outra prova de independência

- Só MA seria capaz de juntar sindicalistas da UGT e CGTP, muitos da sua Comissão Executiva

- MA tem também o apoio de muitas centenas de Presidentes de Câmaras e de Juntas de todo o país

- Na sua Comissão de Honra, de mais de 2.000 pessoas, não encontrei sequer 1 banqueiro!...

- Mas encontrei muitas dezenas de empresários, comerciantes e industriais, quase todos anónimos

- Encontrei dezenas de engenheiros, arquitectos, jornalistas, militares, advogados e desportistas

- mas também funcionários públicos e operários das mais variadas profissões

- centenas de médicos e professores, porque defendem o Serviço Público de saúde e educação

- muitos economistas, que têm outra visão da economia e dos “mercados”

- largas dezenas de escritores e artistas: músicos, actores, pintores, cantores e escultores

- muitas centenas de mulheres, de todos os ramos de actividade

- Algumas destas pessoas estão aqui, hoje, em corpo e alma!

 

 

MENSAGEM de Fina d`Armada:

 

“A poesia é bom escape para uma sexta-feira à noite.

Depois, atrás da poesia, vem o encontro e reencontro de pessoas que não deixam ficar mal a ideia de que Portugal é um país de poetas.

Não é por acaso que o Dia Nacional de Portugal (10 de Junho) é consagrado,  não a uma batalha ou independência mas, a um poeta!

A poesia transmite energia positiva, que tanta falta nos faz neste ano que agora começa.”

 

A ALMA E A ASA DA LUSA GENTE

 a Manuel Alegre

 

Ele brota, ele emerge, ele vem

do fundo do tempo, da raíz da terra,

de um povo que ama seu chão sagrado.

Encarna a alma lusa, simboliza o nobre povo,

em Viriato e Camões entrelaçado.

 

Tem no sangue a liberdade, a inquietude,

a independência, a coragem, a esperança,

valores de honra, o azul, a poesia,

a justiça, o sonho e a alegria.

Seus ideais são de Abril, de Primavera.

Seu barco tem um cravo como rota

e ao vento anuncia um tempo novo.

Arauto da criação, da cultura e pensamento,

sua espada é a palavra, seja escrita ou falada,

precisa, liberta, nunca amordaçada!

Ele é parte dos montes, das rosas, das tempestades,

herdou de Viriato a resistência, a rebeldia,

a força das causas e o idealismo em cada dia.

 

Como D. Dinis, lavrou poemas;

como Camões, foi à guerra

e cantou sua Pátria, sua terra.

 

País de poetas, que em seu dia nacional

um poeta venera, em vez de batalha,

revolução ou vitória qualquer,

encontra identidade neste filho timoneiro.

Ele é farol do mar de um povo meio perdido,

farol de terra achada e por achar

que busca um horizonte eternamente.

Quem herdou de seu povo o arrojo, a brasa,

as viagens, a saudade, a rima, a asa,

a busca de sal, de rumos, doutra gente,

então que nos simbolize e represente,

seja a alma nacional poeta e livre.

 

Ele sabe aliar a sabedoria do velho e das avós,

o ideal da criança e o novo querer feminino…

Eis-nos aqui, em união, no desafio da vida e dos tempos,

para que se cumpra Portugal, sua missão e seu destino!...        

 

Fina d’Armada 

Nov.2005

 

 

PS.: Texto enviado por Aristides Silva.  

 

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publicado por gondomaralegre2011 | Domingo, 09 Janeiro , 2011, 00:40

 

Alegre Manuel alegre até à morte
Que lindo nome para um homem triste
Que lindo nome para um homem forte.

Alegre Manuel despedaçado
Pela espada da língua portuguesa:
A palavra saudade a palavra tristeza
A palavra futuro a palavra soldado
Alegre Manuel aberto cravo
Aos ventos da certeza.

Alegre Manuel aqui mais ninguém fala
Tão alto como tu ninguém se cala
Com essa dor serena e construída
Não apenas de versos mas de vida.

Alegre Manuel as línguas do teu canto
Ateiam-nos o fogo.
Neste lugar de lama e desencanto
Tornas vermelho o povo.

José Carlos Ary dos Santos

“Fotos-grafias”, Quadrante, Lisboa, 1970

 

por  Emília Gil

 

 

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publicado por gondomaralegre2011 | Sexta-feira, 07 Janeiro , 2011, 10:48

 

Informações e contacto: aristides.silva@gmail.com

 

 

 


publicado por gondomaralegre2011 | Terça-feira, 04 Janeiro , 2011, 14:27

 

Faço minhas as palavras de Manuel Alegre, já não dirigidas ao Eusébio

de outros tempos mas dirigidas ao próprio Manuel Alegre:

 

 

Há dribles que ninguém faz.
São toques e mais toques para o lado.
Falta alegria e festa.
Falta a surpresa,
alguém que remate, de repente,
contra a tristeza!

 

Precisamos de ti, mais uma vez,
de alguém que, onde é só cinza, seja fogo.
De alguém que chute de quarenta metros
e vire o jogo!

 

Alguém que rompa, de repente.
Alguém que venha e desempate.

Precisamos de ti, mais uma vez,
de teu rasgo, teu risco, teu remate.
Alguém que, finalmente,
marque um golo português!

 

Aristides Silva

 

retirado daqui

 

 

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publicado por gondomaralegre2011 | Segunda-feira, 03 Janeiro , 2011, 16:31

 

 

 

 

 

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publicado por gondomaralegre2011 | Terça-feira, 21 Dezembro , 2010, 19:07

 

 

 

 

 

  

 

 

 

Com mãos se faz a paz se faz a guerra.
Com mãos tudo se faz e se desfaz.
Com mãos se faz o poema - e são de terra.
Com mãos se faz a guerra - e são a paz.

Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.
Não são de pedras estas casas, mas
de mãos. E estão no fruto e na palavra
as mãos que são o canto e são as armas.

E cravam-se no tempo como farpas
as mãos que vês nas coisas transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes harpas.

De mãos é cada flor, cada cidade.
Ninguém pode vencer estas espadas:
nas tuas mãos começa a liberdade.

  

de MANUEL ALEGRE

 

 

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publicado por gondomaralegre2011 | Segunda-feira, 20 Dezembro , 2010, 07:15

 

 

 

Uma flor de verde pinho

 

Eu podia chamar-te pátria minha
dar-te o mais lindo nome português
podia dar-te um nome de rainha
que este amor é de Pedro por Inês.

Mas não há forma não há verso não há leito
para este fogo amor para este rio.
Como dizer um coração fora do peito?
Meu amor transbordou. E eu sem navio.

Gostar de ti é um poema que não digo
que não há taça amor para este vinho
não há guitarra nem cantar de amigo
não há flor não há flor de verde pinho.

Não há barco nem trigo não há trevo
não há palavras para dizer esta canção.
Gostar de ti é um poema que não escrevo.
Que há um rio sem leito. E eu sem coração.

 

Manuel Alegre / José Niza

 

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publicado por gondomaralegre2011 | Quinta-feira, 30 Setembro , 2010, 17:11

Estivemos na passada segunda-feira, em Gaia, no Clube dos Pensadores, com o camarada,  Manuel Alegre, candidato a Presidente da República, e do muito que se disse retemos a frase proferida  pelo poeta:  As palavras inspiram-nos.

 

Não resistimos, e transcrevemos o poema:

 

AS PALAVRAS

 

Palavras tantas vezes perseguidas
Palavras tantas vezes violadas
que não sabem cantar ajoelhadas
que não se rendem mesmo se feridas.

 

Palavras tantas vezes proibidas
e no entanto as únicas espadas
que ferem sempre mesmo se quebradas
vencedoras ainda que vencidas.

 

Palavras por quem eu fui cativo
na língua de Camões vos querem escravas
palavras com que canto e onde estou vivo.

 

Mas se tudo nos levam isto nos resta:
estamos de pé dentro de vós palavras.
Nem outra glória há maior do que esta.

 


Manuel Alegre

 

OBRA POÉTICA: (1999) Lisboa, publicações D. QUIXOTE

 

 

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