- É um homem como nós, não é nenhum santo, nem manifesta prosápias de tio da Pátria nem de salvador impoluto.
- Bateu-se dignamente contra o fascismo, pelos interesses de Portugal, e não por um projecto de protagonismo. Fá-lo correr o que o fazia correr aos vinte anos. Não a pungência da exibição pessoal, nem o apelo do currículo, nem o mando dos empresários do dia e da noite.
- Como poeta, marcou uma geração, ficará na história da literatura portuguesa. É apresentável em qualquer parte do Mundo.
- Manuel Alegre pode ser uma barreira de bom senso e independência contra o Portugal dos baixos interesses, as maltas da ganhuça. E de sã resistência contra tentações de torpedear a Constituição da República.
- É capaz de falar com toda a gente: não suscita ódios, nem ressentimentos, não tem nada a perder, nem a ocultar, nem a abafar, nem se sente obrigado a fazer o jeito. Quando não tem razão é apenas porque avaliou mal, mas numa consciência livre e desimpedida.
- Uma vez eleito, os eleitores resolvem um problema. Não criam um novo problema. Podem acordar descansados, porque não houve quem os traísse durante o sono.
- Tem um compromisso com valores de civilização que supõem o respeito pelo outro.
Mário de Carvalho